O presente tratado sobre a Contemplação era destinado a servir de introdução às Contemplações evangélicas, sobre a Paixão de Jesus Cristo, escritas para o uso dos sacerdotes e das almas religiosas. Entretanto, para não romper a uniformidade dos três volumes, achei preferível publicá-lo separadamente, estando deste modo mais ao alcance de todos, qualquer que seja o assunto habitual de suas meditações ou contemplações.
Não espante ao leitor o título: "Contemplações". São verdadeiras contemplações, não para uso daqueles que Deus já favoreceu com este dom sobrenatural e sublime, mas daqueles que aspiram elevar-se aos píncaros da perfeição.
Os primeiros, de fato, não precisam, ou melhor, precisam menos do auxílio das indústrias humanas, para se unirem a Deus - quem delas precisa, somos nós, que não tivemos ainda a dita de entrever o que o Senhor prepara aos que O amam, mas que temos vontade e desejo de alcançar a perfeição e de nos unirmos a Deus, como sabem fazê-lo os Santos.
Este tratado propõe-se expôr clara e simplesmente o que é a Contemplação e como é que se pode praticá-la.
Para muitos, as considerações que seguem serão uma verdadeira revelação; pois correm, a esse respeito, as mais arraigadas prevenções e os mais desastrosos erros.
ASSUNTO: ESPIRITUALIDADE