Mme. de Fleurville era a mãe de duas boas, encantadoras e amáveis meninas. Uma adorava a outra. É muito comum a gente ver irmãos que brigam entre si, que discutem e vêm queixar-se aos pais depois de terem brigado de tal forma que é impossível dizer com quem está a razão. Nunca houve uma discussão entre Camila e Madalena, pois sempre uma cedia ao desejo da outra.
Isto não quer dizer que tivessem os mesmos gostos. Camila, a mais velha,
tinha oito anos, e era mais viva, mais levada. Preferia os brinquedos barulhentos, gostava de correr, de fazer barulho e de estar no meio de barulho.
Gostava de reuniões de crianças, quando podia correr e brincar à vontade.
Madalena, que tinha sete anos, ao contrário, preferia a tudo quanto fosse barulhento, os cuidados que uma boneca pudesse dar.
A diferença dos gostos não impedia que fossem unidíssimas. Madalena deixava com prazer o livro ou a boneca uma vez que a irmã quisesse ir
passear ou correr. Camila, por sua vez, sacrificava o desejo de passear ou de caçar borboletas no momento em que a irmã preferia brincar mais calmamente.
Eram perfeitamente felizes, e sua mãe tinha uma verdadeira adoração por elas. Todo o mundo que as conhecia gostava imensamente delas e fazia-lhes todos os gostos.
